O amor fino não busca causa nem fruto.
Se amo, porque me amam, tem o amor causa;
se amo, para que me amem, tem fruto:
e amor fino não há-de ter porquê nem para quê.
Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo:
se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo.
Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar.
Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro:
quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.
Padre António Vieira, in "Sermões"
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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