terça-feira, 28 de julho de 2009

O Ideal da Amizade

A camaradagem, o companheirismo, às vezes, parecem amizade. Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrando em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. Naturalmente, nesses casos não se trata de verdadeira amizade. Uma pessoa imagina que a amizade é um serviço. O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. E na verdade, vale a pena viver, ser homem, sem esse ideal?

E se um amigo falha, porque não é um verdadeiro amigo, podemos acusá-lo, culpando o seu carácter, a sua fraqueza? Quanto vale aquela amizade, em que só amamos o outro pela sua virtude, fidelidade e perseverança? Quanto vale qualquer afecto que espera recompensa? Não seria nosso dever aceitar o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel? Não seria isso o verdadeiro conteúdo de todas as relações humanas, esse altruísmo que não quer nada e não espera nada, absolutamente nada do outro? E quanto mais dá, menos espera em troca? E se entrega ao outro toda a confiança de uma juventude, toda a abnegação da idade viril e finalmente oferece a coisa mais preciosa que um ser humano pode proporcionar a outro ser humano, a sua confiança absoluta, cega e apaixonada, e depois se vê confrontado com o facto de o outro ser infiel e vil, tem direito de se ofender, de exigir vingança? E se se ofende e grita por vingança, era realmente amigo, o traído e abandonado?

Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Adversidade é Essencial - Séneca

Porquê espantar-nos que possa ser vantajoso, por vezes mesmo desejável, expor-nos ao fogo, às feridas, à morte, à prisão? Para o homem esbanjador a austeridade é um castigo, para o preguiçoso o trabalho equivale a um suplício; ao efeminado toda a labuta causa dó, para o indolente qualquer esforço é uma tortura: pela mesma ordem de ideias toda a actividade de que nos sentimos incapazes se nos afigura dura e intolerável, esquecendo-nos de que para muitos é uma autêntica tortura passar sem vinho ou acordar de madrugada! Qualquer destas situações não é difícil por natureza, os homens é que são moles e efeminados!
Para formar juízos de valor sobre as grandes questões há que ter uma grande alma, pois de outro modo atribuiremos às coisas um defeito que é apenas nosso, tal como objectos perfeitamente direitos nos parecem tortos e partidos ao meio quando os vemos metidos dentro de água. O que interessa não é o que vemos, mas o modo como o vemos; e no geral o espírito humano mostra-se cego para a verdade!

Indica-me um jovem ainda incorrupto e de espírito alerta, e ele não hesitará em julgar mais afortunado o homem capaz de suportar todo o peso da adversidade sem dobrar os ombros, o homem capaz de alçar-se acima da fortuna. Não é proeza nenhuma manter a calma quando a situação é tranquila; é admirável, pelo contrário, conservar o ânimo quando todos se deixam abater, mantermo-nos em pé quando todos jazem por terra. O que há de mal na tortura e em tudo o mais a que damos o nome de «adversidade»? Apenas isto, segundo penso: o facto de nos abaixar, abater, humilhar o espírito. Ora nada disto pode suceder ao homem sábio, o qual se mantém vertical seja qual for o peso sobre os seus ombros. A um tal homem, coisa alguma deste mundo pode humilhar; um tal homem a nada do que é inevitável se recusa. O sábio não se lamenta se lhe acontecer algo daquilo a que a condição humana está sujeita. Conhece as próprias forças, sabe que não vergará sob o peso. Com isto eu não estou a colocar o sábio à parte do comum dos homens nem a julgá-lo inacessível à dor como se de um penedo inacessível se tratasse. Apenas recordo que o sábio é composto de duas partes: uma é irracional, e sensível, portanto, às feridas, às chamas, à dor; a outra é racional, dotada de convicções inabaláveis, inacessível ao medo, indomável. É nesta parte que reside o bem supremo para o homem. Enquanto o seu bem próprio ainda está por preencher, o espírito do homem pode resvalar na incerteza, mas desde o momento em que atinge a perfeição adquire para sempre a estabilidade total.

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

Filósofo Romano (4 a.C. — 65 d.C.)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Father and Daughter - Paul Simon



If you leap awake
In the mirror of a bad dream
And for a fraction of a second
You can't remember where you are
Just open your window
And follow your memory upstream
To the meadow in the mountain
Where we counted every falling star

I believe a light that shines on you
Will shine on you forever
And though I cant guarantee
There's nothing scary hiding under your bed
I'm gonna stand guard like a postcard
At the Golden Retriever
And never leave till I leave you
With a sweet dream in your bed

Chorus:
I'm gonna watch you shine
Gonna watch you grow
Gonna paint a sign
So you'll always know
As long as one and one is two wooo
There could never be a father who loved
His daughter more than I love you

Trust your intuition
It's just like goin fishin'
You cast your line and hope you get a bite
You don't need to waste your time
Worryin' about the market place
Trying to help the human race
Strugglin to survive its harshest hour

chorus
x2

quinta-feira, 2 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sócrates e o casamento

"Em todo o caso, casai-vos. Se vos couber em sorte uma boa esposa, sereis felizes;
se vos calhar uma má, tornar-vos-eis filósofos, o que é excelente para os homens"
















Sócrates
Grécia Antiga
[-470 - -399]
Filósofo